redação com Banda B
Elizangela Jubanski com Flávia Barros
A Boca Maldita, no Centro de Curitiba, foi tomada por manifestantes na tarde deste domingo (17). Cerca de 500 pessoas se reuniram para protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ter definido a Justiça Eleitoral como o foro competente para julgar crimes como corrupção e lavagem de dinheiro quando associados ao caixa 2.
A manifestação começou por volta de 16 horas e diversas pessoas carregavam faixas com os dizeres: ‘O STF é uma vergonha’, ‘Repúdio ao STF’, ‘Basta um cabo e um soldado para fechar o STF’, ‘Eu e o Brasil somos Sérgio Moro’. Alguns manifestantes estavam com camisetas fazendo referência ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Cristiano Rocha, representando o Movimento Curitiba Contra Corrupção, um dos responsáveis pela mobilização em Curitiba disse que o objetivo é manifestar a insatisfação. “Os atos nacionais têm objetivo de questionar o poder do STF e as decisões que eles têm feito diretamente contra a Lava Jato, contra os procuradores. A Lava Jato tem desempenhado, nesses cinco anos, um papel efetivo contra a corrupção e a impunidade. Agora, de forma ditatorial, o STF quer roubar as vitórias da Lava Jato. Estamos aqui apoiando a Lava Jato”, disse ele à Banda B.
Mesmo com o tempo instável, o advogado Gabriel dos Santos, 33 anos, se juntou ao verde e amarelo, ao lado da esposa grávida e da filha de colo. “Estamos nessa situação de que o STF, além de julgar, quer investigar e vem legislando há muito tempo. O próximo passo é entregar o Executivo para eles, se acham onipotentes, então, já perderam o respeito que a população tinha por eles, em razão da própria atuação deles. O que temos que fazer é manifestar nossa insatisfação”, criticou.
Durante a semana, o Supremo foi alvo de ataques nas redes sociais e críticas de integrantes da Lava Jato. Na quinta, o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, anunciou a abertura de inquérito criminal para apurar fatos relacionados a notícias “falsas”, denúncias caluniosas, ameaças e infrações que atingem a honra de membros do STF e seus familiares.
No Senado, a CPI da “Lava Toga”, que mira no chamado “ativismo judiciário” de ministros de cortes superiores, conseguiu na sexta-feira o número de assinaturas necessárias para ir adiante
A manifestação foi organizada pelas redes sociais e também ocorreu em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
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