Moradores de Muzema protestam contra desocupações

Prefeitura inicia trabalhos de demolição de dois prédios no condomínio Figueiras do Itanhangá, em Muzema, no Rio de Janeiro.

Redação com Agência Brasil

Moradores da Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro, fizeram manifestação contra a desocupação dos prédios nesta quinta-feira(27). As denúncias apontam para a ação de milicianos na construção irregular de imóveis na localidade.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (SMIH) informou que recebeu uma comissão de moradores da Muzema ontem. No encontro, segundo o órgão, foi explicado a eles que as ações de demolição seguem determinações judiciais e que há risco estrutural nas edificações. “As estruturas têm risco iminente de desabamento e o solo apresenta risco geotécnico grave. Cabe lembrar que a não desocupação anterior, impedida pela justiça, provocou o desabamento de dois prédios”, apontou em resposta à Agência Brasil.

A Coordenadoria Geral de Operações Especiais (CGOE), da Secretaria Municipal de Conservação do Rio de Janeiro, já demoliu quatro prédios em Muzema. Em abril deste ano, dois edifícios desabaram, causando a morte de 24 pessoas. Todos esses imóveis eram considerados irregulares. A pasta, também, informou àAgência Brasil, que ainda trabalha na demolição da quinta edificação irregular com risco de colapso na região. Na próxima semana, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação vai começar as demolições de outros seis prédios, cujos moradores já foram notificados. “O prazo final para a desocupação das 45 unidades [apartamentos] que ainda estavam ocupadas expira sexta(28)”.

Conforme a secretaria, as ações de demolições têm por objetivo garantir a integridade dos moradores, coibir o avanço de construções irregulares e garantir o restabelecimento da área de preservação ambiental.

A secretaria acrescentou que tem projeto de construções de unidades do Programa Minha Casa Minha Vida numa área legalizada próximo à Muzema, nas faixas de renda que atendam às famílias do local. “Esse projeto está sendo negociado pela prefeitura com o Governo Federal”, completou.