Com Agência Brasil
O presidente da Colômbia, Iván Duque, abriu nesta quinta-feira (28) o Grande Diálogo Nacional (Gran Conversación Nacional, em espanhol), uma série de encontros para buscar soluções para a crise que afeta o país. Duque recebeu, na Casa de Nariño, sede do governo, acadêmicos, representantes de organizações da sociedade civil, de organismos internacionais e de partidos políticos, além de ministros e altos funcionários do governo.
O tema da reunião foi a transparência e a luta contra a corrupção. “A ideia é abrir esse espaço, essa dinâmica com o povo colombiano. Receber contribuições, ideias e propostas, e que neste exercício possamos criar um tipo de estrutura para ação sobre questões que têm a ver com o comportamento dos governos locais, instituições estatais, questões que têm a ver com regulamentos e políticas públicas ”, afirmou o presidente.
Iván Duque disse esperar que, dessa grande conversa, saia um “plano de ação” (hoja de acción, em espanhol) para lutar contra a corrupção e dar início à reforma política de que o país necessita.
Também estão na pauta das conversas encontros desta quinta-feira o aumento da transparência na área da saúde, nos planos de ordenamento territorial e nas licenças de construção. Representantes de organismos de defesa do meio ambiente participam do encontro e esperam que o assunto seja incluído nas discussões.
Contexto
Hoje é o oitavo dia de manifestações ininterruptas na Colômbia. A onda de protestos começou na última quinta-feira (21), com uma greve geral contra o governo convocada por sindicalistas, estudantes, professores e indígenas. Há 15 meses no poder, o presidente Iván Duque está tem 69% de rejeição.
Ontem (27), o país teve outra greve geral, intitulada 27N, convocada pelo Comitê Nacional de Paralisação da Colômbia (Comité Nacional de Paro), que foi pacífica. Manifestantes marcharam contra o paquetazo de Duque, pacote de medidas proposto pelo presidente. Houve tambem homenagem a Dilan Cruz, estudante de 18 anos, morto nos protestos.
Anteontem (26), após mais de três horas de reunião, líderes do Comitê Nacional de Paralisação se recusaram a aceitar o Grande Diálogo Nacional com a participação de outros setores, como empresários e representantes do Ministério Público, por exemplo. O Comitê exigia uma negociação sem intermediários.
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