É possível viver bem e com saúde, mesmo tendo diabetes. Confira dicas da Saúde de Curitiba

Com SMCS

Doença crônica e muitas vezes silenciosa, o diabetes melitus pode atingir pessoas de todas as idades, que precisam adotar uma rotina de cuidados para viver bem e com saúde. O primeiro desafio é o diagnóstico.

“A maioria das pessoas não tem nenhum sintoma que indique o diabetes, por isso é importante estar atenta a alguns sinais que podem passar despercebidos, como boca seca, sede em excesso, aumento da frequência urinária, muita fome e perda de peso de maneira inexplicável”, explica o médico endocrinologista da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) Alexei Volaco.

Segundo o médico, esses sinais são mais comuns em pessoas acima dos 35 anos com excesso de peso, que podem desenvolver o diabetes tipo 2, mas também são sintomas do diabetes tipo 1, mais comum em crianças e adolescentes.

“Os pais devem estar atentos às crianças que apresentam esses sinais, que perdem peso sem razão ou que voltam a fazer xixi na cama, por exemplo. Pode ser um indicativo do diabetes tipo 1”, orienta Volaco.

Exames

Os exames para identificar o diabetes estão disponíveis nas 108 Unidades de Saúde (US) do SUS Curitibano. Cada cidadão tem sua unidade de referência, próximo de onde mora.

O agendamento do primeiro atendimento com a enfermagem pode ser feito pelo aplicativo Saúde Já Curitiba ou na recepção da unidade. O profissional de enfermagem vai fazer o primeiro acolhimento e agendar consulta com a equipe da US para solicitar os exames.

Atualmente, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba tem 72 mil pessoas cadastradas no programa de Diabetes Melitus (DM), sendo 64,5 mil em tratamento do diabetes e 7,5 mil pessoas com pré-diabetes. A maioria, 58,8 mil, têm diabetes tipo 2, e há 4 mil com diabetes tipo 1.

Mensalmente, são realizadas 120 mil consultas para pessoas com diabetes: 50 mil com médicos, 40 mil com auxiliares de enfermagem e 30 mil com enfermeiros.

Doença crônica

A principal característica das doenças crônicas é que elas não curam, ou seja, a pessoa vai conviver com a condição por toda a vida, o que demanda cuidados como alimentação adequada, prática de atividade física e tratamento.

“As pessoas que têm o diagnóstico de diabetes acham que é uma catástrofe na vida. Mas é importante falar que os hábitos alimentares e o estilo de vida saudável recomendados para quem enfrenta a doença são os mesmos para aqueles que não têm diabetes”, ressalta o médico endocrinologista.

Os tratamentos para o diabetes têm tido uma evolução importante e é possível controlar a doença e garantir qualidade de vida. A Secretaria Municipal da Saúde mantém um programa consistente de controle do diabetes, disponível em toda a rede de saúde municipal.

A partir do diagnóstico, todo cidadão curitibano tem à disposição os exames necessários e o tratamento para o seu caso, seja com medicamentos orais ou com a insulina, quando é o caso. Além disso, a Prefeitura oferece opções de atividade física por toda a cidade, essenciais para o controle da doença.

Curitiba Viva Bem

Além de fazer acompanhamento de saúde na US Ouvidor Pardinho, Cinthia Beatriz Vieira, de 59 anos, faz hidroginástica duas vezes por semana no centro esportivo que fica ao lado da unidade. Com diagnóstico de diabetes há 20 anos, Cinthia era usuária de insulina e conseguiu reduzir a medicação a partir das atividades físicas.

“Quando comecei aqui foi sensacional, tanto que eu pude retirar a insulina, que utilizava há seis anos. Além de me ajudar com o diabetes, a hidroginástica também é essencial para reduzir as dores na coluna”, diz animada. “A vida da gente se abre quando a gente começa a fazer atividade física”, reflete.

Desde março deste ano, Rosicler da Silva Ferreira, 65 anos, frequenta a piscina da Ouvidor. Por indicação médica, ela controla o diabetes com medicamentos orais, retirados na farmácia da unidade e com atividade física.

“É muito bom o acompanhamento que tenho para o controle do diabetes, faço os exames, pego os medicamentos e a hidroginástica me ajuda muito, fez toda a diferença na minha vida”, relata Rosicler.

Sequelas

A falta de controle da doença pode impactar em sequelas importantes. Segundo Alexei, o diabetes pode comprometer os vasos e artérias, por onde circula o sangue no organismo. Desde os vasos pequenos, que afetam a visão (retina), rins e nervos inferiores (sensibilidade nos pés), até os problemas coronarianos, responsáveis por infartos precoces, por exemplo.

“Costumo dizer aos meus pacientes que o diabetes é como uma estrada que você tem que escolher se vai para o lado bom ou o lado ruim. O lado bom é manter o controle da condição. O ruim é tentar esquecer que tem diabetes e não tomar os cuidados recomendados, que impactam em problemas na visão, nos rins, nervos e no coração”, finaliza o médico.

Dicas para viver bem com diabetes

  1. Ter uma alimentação adequada com muitas verduras, legumes e frutas
  2. Fazer atividade física regular.
  3. Tentar incluir atividades físicas não programadas, como subir escadas ao invés de usar o elevador, ou ir a pé ao trabalho. Estudos indicam que 10 a 15 minutos de caminhada por dia prolongam a vida, especialmente de pessoas com diabetes.
  4. Consultar a equipe de saúde regularmente: médico, enfermeiro, farmacêutico.
  5. Manter os exames em dia.
  6. Tomar os medicamentos recomendados, mantendo a rotina prescrita pelo médico.