Redação com Agência Brasil
Atualização 23/02 /2019 20.16 horas
O governo de Roraima informou neste sábado (23) que dois venezuelanos morreram em confrontos em uma área perto da fronteira da Venezuela com o Brasil. Desde o início do dia, o clima é de tensão na região fronteiriça. Forças de segurança venezuelanas bloqueiam a entrada de ajuda humanitária e manifestantes protestam para a entrada de alimentos e remédios no país.
De acordo com nota da Secretaria de Saúde de Roraima, cinco venezuelanos, feridos por armas de fogo, receberam os primeiros atendimentos em Pacaraima, cidade que faz fronteira com a Venezuela. O estado de saúde deles é grave e eles foram elevados para o Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista.
Desde ontem (22), o hospital recebeu nove pacientes feridos nos conflitos em uma cidade a cerca de 70 quilômetros da fronteira com o Brasil. Um dos paciente teve traumatismo craniano e outro lesão no tórax por arma de fogo. Um paciente, em estado grave, respira com ajuda de aparelhos.
No total, 16 venezuelanos foram atendidos em hospitais públicos do estado.
Governo informa que dois caminhões com ajuda entraram na Venezuela
A Presidência da República divulgou nota oficial hoje (23) informando que dois caminhões com ajuda humanitária entraram em território venezuelano através da fronteira em Roraima. O governo brasileiro classifica a operação de exitosa e anunciou uma segunda fase de envio de suprimentos.
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que esteve hoje em Pacaraima, junto à fronteira de Roraima com a Venezuela, anunciou a entrada de um caminhão com suprimentos.
“A respeito da ajuda humanitária oferecida pelo Brasil ao povo da Venezuela, a Presidência da República informa que a participação do governo brasileiro foi exitosa em reunir e transportar as doações até o destino de distribuição. Os dois primeiros caminhões enviados pelo Brasil cruzaram a fronteira, adentrando o país vizinho, sem incidentes na travessia”, diz o texto.
Os dois caminhões com alimentos e remédios, com placas e motoristas venezuelanos, partiram na manhã deste sábado, percorrendo os 214 quilômetros até Pacaraima.
O comunicado destacou a participação do governo de Roraima na operação e disse que o efetivo da Operação Acolhida, montada para receber migrantes venezuelanos que cruzam a fronteira, foi triplicado de tamanho, incluindo a equipe médica.
“O governo brasileiro confia na solução da questão, certo de que os líderes daquele país terão a sensibilidade de atenuar as condições de vulnerabilidade as quais estão submetidos nossos irmãos venezuelanos”, concluiu o texto.
Tensão
A situação na região fronteiriça permanece tensa desde quinta-feira à noite, quando o governo venezuelano de Nicolás Maduro anunciou o fechamento da fronteira. São constantes os confrontos entre forças policiais venezuelanas e manifestantes que pedem a liberação da entrada dos suprimentos.
Os hospitais de Roraima atenderam desde ontem (22) 13 venezuelanos feridos em confrontos em localidades próximas à fronteira com o Brasil, informou neste sábado (23) a Secretaria de Saúde (Sesau-RR) do estado, por meio de nota.
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