Investigados na tragédia de Brumadinho entregam passaportes

Um boi é visto na lama depois do rompimento de barragem de rejeitos de minério de ferro de propriedade da mineradora Vale, em Brumadinho (MG).

Redação com Agência Brasil

Os 13 investigados pela tragédia de Brumadinho (MG) entregaram hoje (26) os passaportes à Polícia Civil de Minas Gerais. Esse era uma recomendação feita pela força-tarefa que apura as responsabilidades criminais pelo rompimento da barragem da mineradora Vale ocorrido em janeiro desse ano. Em um relatório divulgado por ocasião dos dois meses da tragédia, completados ontem (25), a Polícia Civil confirmou que a recomendação foi atendida.

No dia 14 de março, os 13 investigados haviam se apresentado em Belo Horizonte após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ordenar suas prisões pela segunda vez. No mesmo dia, no entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou recurso apresentado por seus advogados e os colocou novamente em liberdade. Foi então que a força-tarefa, composta pelo Ministério Público Federal (MPF), pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Polícia Federal e pela Polícia Civil, recomendou a entrega dos passaportes.

Dos 13 investigados, cinco haviam sido presos pela primeira vez em 29 de janeiro, quatro dias após a tragédia. Entre eles, estavam três empregados da Vale: César Augusto Grandchamp, Ricardo de Oliveira e Rodrigo Artur Gomes Mel. Os outros dois, Makoto Namba e André Jum Yassuda, são engenheiros pertencentes aos quadros da empresa alemã Tüv Süd, que emitiu o laudo de estabilidade da barragem que se rompeu. Eles foram libertados após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 5 de fevereiro.

Os outros oito, que foram presos posteriormente em operação deflagrada no dia 15 de fevereiro, também pertencem aos quadros da Vale. São eles: Renzo Albieri Guimarães Carvalho, Cristina Heloíza da Silva Malheiros, Artur Bastos Ribeiro, Alexandre de Paula Campanha, Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo, Felipe Figueiredo Rocha, Hélio Márcio Lopes de Cerqueira e Joaquim Toledo. Duas semanas depois, foram soltos beneficiados por um habeas corpus também concedido pelo STJ.

A força-tarefa considera que eles tinham conhecimento das condições adversas da barragem e não agiram para impedir o rompimento.

Conforme anúncio realizado pela Vale no início do mês, a mineradora atendeu a recomendação feita pela força-tarefa para afastar nove investigados de quaisquer atividades e outras cinco de funções vinculadas ao monitoramento de segurança de barragens.