FAS completa 29 anos de atendimento e tem quase 150 mil famílias apoiadas

Com SMCS

A Fundação de Ação Social (FAS) completa 29 anos nesta sexta-feira (29/4), com 148.524 famílias em situação de vulnerabilidade e risco social cadastradas em seus serviços.

Desde que foi criada, a fundação orienta, acolhe e transforma a vida de milhares de pessoas. São crianças, adolescentes, jovens, adultos, mulheres vítimas de violência, idosos, pessoas com deficiência, em situação de rua e migrantes que passam por alguma situação de vulnerabilidade e risco na cidade.

Idealizada pela primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone, a fundação sempre esteve à frente da política da assistência social na cidade e, nos últimos cinco anos, também da política do Trabalho, Emprego e Renda. Com iniciativas inovadoras, se tornou referência no país na área da assistência social. O reconhecimento lhe rendeu também o Prêmio Mundial do Habitat, concedido pela ONU em 1996.

“É com alegria que, neste dia 29 de abril, comemoramos os 29 anos da Fundação de Ação Social, a nossa FAS, orgulho de Curitiba. Do solidário coração da minha amada Margarita veio a ideia de erguer as pessoas, auxiliar os necessitados e direcionar um olhar cuidadoso para os que mais precisam”, diz o prefeito Rafael Greca.

Ao lado do prefeito, Margarita relembra os primeiros passos que deram origem à FAS.

“Quando Rafael começou na Prefeitura, em 1993, primeiro mandato, nós sentimos que faltava esse serviço executado pela FAS, que não existia em quase nenhum lugar do Brasil”, conta a primeira-dama.

“Primeiro implantamos o serviço de acolhida, para erguer as pessoas, e a FAS foi evoluindo com atendimento àqueles que chegavam do interior, para tratamento de saúde, fizemos a Pousada de Maria e criamos a FAS Trabalho, que passou a capacitar pessoas”, diz.

Referência nacional no atendimento a mulheres vítimas de violência, acompanhadas ou não de seus filhos, a Pousada de Maria foi implantada muito antes da Lei Maria da Penha, sancionada apenas em 2006.

Com a FAS Trabalho surgiu o Liceu de Ofícios, que até hoje oferece cursos gratuitos de qualificação profissional e desenvolvimento comportamental para toda a população.

Referência entre os serviços da FAS, o programa Liceu de Ofícios se aproxima da marca de 1 milhão de pessoas que concluíram cursos em seus 29 anos de existência

De olho no futuro

Mais recentemente, a FAS implantou programas como o Formação para o Primeiro Emprego (PPE), que já preparou 954 adolescentes para o mercado de trabalho, e o 1º Empregotech, alinhado à proposta do Vale do Pinhão, que formou 180 jovens na área de Tecnologia da Informação, de olho nos empregos do futuro.

A fundação também aprimorou o programa Aprendiz, que tem garantido a milhares de adolescentes a entrada no mercado de trabalho, na condição de aprendizes e, na onda de cidade inovadora, implantou ainda o Fab Lab Cidadania Cajuru, laboratório de fabricação digital e prototipagem no qual estudantes, empresas e comunidade podem colocar em prática ideias inovadoras.

O Fab Lab curitibano é o único do Brasil na Categorial Social, integra a rede mundial do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e já atendeu gratuitamente o desenvolvimento de 119 projetos.

“São programas que aconteceram e continuam acontecendo por meio da FAS. Nos traz muito orgulho, saber que o propósito que começamos há quase três décadas foi fundamental para o lindo trabalho social que temos hoje. Os bons projetos continuam e ainda há muito por vir”, ressalta Greca.

A FAS é indispensável para que toda a ação social da cidade funcione

Nestes 29 anos, a FAS passou por mudanças para acompanhar as orientações nacionais, com a aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), que definiu a assistência social como uma política de seguridade social, e a criação do Sistema Único da Assistência Social (Suas).

Desde sua criação, de acordo com o presidente da FAS, Fabiano Vilaruel, o foco sempre foi buscar oportunidades e fazer chegá-las a quem mais precisa.

Para isso, ao longo desses anos, reestruturou a forma de atuação, reordenou serviços, implantou e qualificou equipamentos, aprimorou equipes técnicas, qualificou o atendimento às pessoas em situação de rua e mobilizou a sociedade civil, parceira fundamental em várias ações, programas e projetos.

Entre as milhares de pessoas atendidas pela FAS está a empresária curitibana Thalia Ramos Feitosa, 24 anos. Durante mais de dois anos, a jovem passou por vários serviços oferecidos pela fundação na região do bairro Umbará, onde mora até hoje.

Participou do grupo de adolescentes, foi encaminhada para o programa Aprendiz, o que lhe garantiu uma vaga de trabalho no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Bairro Novo, e fez o curso de Manicure no Liceu de Ofícios.

“Eu trabalhava de manhã e estudava à noite. Fiz o curso à tarde para aproveitar o tempo livre, nunca imaginei que se tornaria a minha profissão”, conta Thalia, que trabalha como manicure e hoje tem um estúdio, onde também cuida dos cabelos das clientes, depois de ter feito novas especializações.

A empresária, que hoje é casada e proprietária da casa onde mora e do estúdio em que trabalha, acredita que a FAS foi fundamental para a superação de vulnerabilidades. “A FAS foi muito importante na minha vida, me ofereceu muitas oportunidades, e eu soube aproveitar”, diz a jovem que ainda tem o sonho de conhecer Paris.

Equipe incansável

Para atender a milhares de pessoas que procuram ou precisam dos seus serviços, a FAS conta com uma equipe incansável. Atualmente, são 1.241 servidores, que se dividem em equipes que garantem atendimento 24 horas por dia, sete dias na semana, em toda a cidade.

A assistente social Rosy Oliva está na FAS desde o início da fundação e atualmente é a profissional mais antiga no exercício da sua função.

“Tenho uma vida na FAS, um trabalho feito de coração. Tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas, aprender e cuidar das pessoas, que é a nossa maior missão”, diz Rosy, que está prestes a completar 30 anos de carreira, mas nem pensa em se aposentar.

O motorista João Batista Antunes de Medeiros, 59 anos, que atualmente trabalha no Conselho Tutelar de Santa Felicidade, também está na FAS desde sua implantação. Oito anos antes, passou pela Fundação de Recuperação do Indigente (Frei), que atendia pessoas carentes e com doenças mentais que perambulavam pelas ruas, e que em 1979 foi integrada ao Departamento de Desenvolvimento Social, da Prefeitura de Curitiba.

João Batista lembra com saudade dos 25 anos em que trabalhou e morou na Fazenda Solidariedade, que funcionava em Campo Magro, na Região Metropolitana, para atendimento a mais de 400 pessoas com dependência química e em situação de rua e mendicância. “Éramos uma grande família que vivia em um lugar onde tudo era produzido para a alimentação dos internos e das crianças atendidas nas creches da Prefeitura”, relembra.

Na Fazenda Solidariedade, João Batista começou a trabalhar como segurança, mas anos depois passou a motorista.

“A FAS representa tudo para mim, faz parte da minha história”, conta João Batista, que é casado, tem três filhos e faz planos de se aposentar para poder viajar e trabalhar com a venda de lanches