Governo já retomou 80% das obras de escolas envolvidas na Quadro Negro

Colégio Estadual Amâncio Moro. N/F: construção de novas salas. Curitiba, 06-06-19. Foto: Arnaldo Alves / ANPr.

Redação com AEN

O Paraná está perto de virar completamente uma página triste na história da educação estadual. A expectativa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar) é que até março do ano que vem todas as 15 escolas envolvidas diretamente com a Operação Quadro Negro sejam entregues à população.

O cronograma atual aponta que oito centros educacionais foram concluídos. A escola Linda Bacila, em Ponta Grossa, só aguarda a ligação da energia elétrica para entrar em funcionamento. Outras três estão com obras em andamento, como a unidade de Campina Grande do Sul, na região de Curitiba, tendo 80% da edificação concluída.

Apenas três escolas, em Campo Largo, Ponta Grossa e Cornélio Procópio, aguardam nova licitação. Ou seja, o índice de evolução é de 80%.

A readequação e retomada do conjunto de construções atende a um pedido do governador Carlos Massa Ratinho Junior e atenderá 4,7 mil alunos nos oito centros já em funcionamento. No total, o investimento será de R$ 44 milhões entre novas construções e reformas das estruturas já existentes.

“É mais uma demonstração da atenção que damos à educação. Não queremos obras paradas e, acima de tudo, queremos que os alunos possam estar em salas de aula aptas a recebê-los”, destacou Ratinho Junior.

CUIDADOS – O diretor-presidente da Fundepar, José Maria Ferreira, explica que o Estado se cercou de todos os cuidados nesse resgate das obras paralisadas, atendendo ao programa de Integridade e Compliance do Governo. Essa é uma ferramenta inédita na administração pública brasileira, que envolve a concepção, implementação e monitoramento de políticas, procedimentos e práticas que primam pela moralidade e eficiência administrativa.

Prerrogativa que, afirma Ferreira, norteará também o processo das três escolas que ainda estão paralisadas. “Estamos buscando licitações prudentes, preços efetivamente praticados no mercado, atendendo a todas as exigências de fiscalização de obras públicas. Ou seja, a eficiência, um pedido do governador Ratinho Junior”, ressaltou Ferreira. “E assim, encerrando um capítulo negro da educação paranaense”, completou.

OUTRAS OBRAS – A retomada de obras vai além da Quadro Negro. A Fundepar informa que há outros centros educacionais espalhados pelo Estado que estavam parados e agora começam a sair do papel, em polos importantes como Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Matelândia e Ibiporã, entre outros municípios.

“Temos um cronograma de obras, reformas e inaugurações para fazer, principalmente atendendo às demandas demográficas da população. Onde tem muita demanda por vaga, vamos ampliar as escolas”, afirmou o secretário de Estado da Educação e do Esporte, Renato Feder. “O grande beneficiado será o estudante do Estado do Paraná”, complementou Ferreira.

Há ainda outro aspecto positivo na visão do comando da Fundepar. Com a conclusão das obras paralisadas, o Paraná regulariza sua situação junto ao Ministério da Educação, abrindo a possibilidade de acessar novos recursos federais. “À duras penas, estamos fazendo com que as coisas sejam colocadas no seu devido lugar”, disse o presidente da Fundepar.

IDEB – As ações reforçam outros compromissos do Governo do Paraná na área da educação. A Secretaria de Educação tem como meta fazer o Paraná liderar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), conter a evasão escolar, valorizar os professores e fortalecer as redes comunitárias e a integração entre alunos, docentes, pedagogos, diretores e chefes de núcleos regionais.

O desafio contempla um universo de 1,1 milhão de estudantes matriculados nas 2.143 escolas, 63 mil professores, 29 mil servidores e 200 mil aulas/dia. “Temos a missão de melhorar o Ideb do Estado, que hoje ocupa a sétima posição no País. Queremos chegar nas primeiras posições”, afirmou o governador.

QUADRO NEGRO – A operação foi deflagrada em julho de 2015 pela Polícia Civil do Paraná e investiga desvio de cerca de R$ 30 milhões que deveriam ter sido usados na construção e reformas de escolas públicas no Estado entre os anos de 2013 e 2015.