Com SMCS
O prefeito Rafael Greca decretou luto oficial pela morte do escritor curitibano Dalton Trevisan, aos 99 anos, nessa segunda-feira (9/12). Considerado um dos maiores contistas do Brasil e conhecido como “O Vampiro de Curitiba”, Dalton é autor de mais de 50 livros, vencedor dos prêmios Camões (2012), o mais importante da língua portuguesa, e Machado de Assis pelo conjunto da sua obra, a maior honraria em literatura nacional (2011).
“Dalton Trevisan, contista único, um dos melhores escritores do Brasil, era grande e era nosso. Fez seu legado e não será esquecido. Um homem pode ser eterno se sua memória permanecer”, afirma Greca.
O escritor sempre foi avesso aos holofotes, vivia recluso e não dava entrevistas desde os anos 1970.
Dalton morava, nos últimos anos, em um apartamento no Centro de Curitiba, que era o tema principal de sua obra, que narra a vida cotidiana na capital paranaense numa linguagem concisa e direta, sempre retratando costumes e dramas psicológicos de seus personagens.
Obra
Formado em Direito, Dalton iniciou a carreira com a novela Sonata ao Luar, quando ganhou destaque, ao vencer o Concurso Nacional de Contos em 1965, no governo Paulo Pimentel. Mas sua obra mais conhecida foi o livro de contos O Vampiro de Curitiba, também daquele ano.
Sua obra, que inclui clássicos como A Polaquinha e Cemitério de Elefantes, revela uma Curitiba sombria, mas também lírica, onde a banalidade do cotidiano convive com dramas intensos. Seus livros foram traduzidos em diversos idiomas.
Dalton ainda foi vencedor de quadro edições do prêmio nacional Jabuti (1960, 1965, 1995 e 2011).
Revista Joaquim
Nos anos de 1946 a 1948, Dalton editou com seu amigo e ilustrador Poty Lazarotto a famosa revista Joaquim, publicação com a participação de Mario de Andrade e Carlos Drummond de Andrade.
A residência onde morou em Curitiba, na esquina das ruas Ubaldino do Amaral e Amintas de Barros, na divisa dos bairros Alto da Glória e Alto da XV, é um dos pontos turísticos de Curitiba visitados pelos amantes da literatura.