MP devolve à Polícia Civil inquérito sobre tragédia no Ninho do Urubu

Centro de treinamento presidente George Helal, conhecido com Ninho do Urubu, é utilizado pela equipe de futebol do Flamengo. Foto aérea mostra danos após incêndio.

Redação com Agência Brasil

Incêndio matou 10 atletas da categoria de base do Flamengo

 

Sergio Moraes/Reuters/Direitos reservado

O Ministério Público (MP) devolveu o inquérito da Polícia Civil sobre a tragédia no Ninho do Urubu, pedindo novos esclarecimentos à 42ª Delegacia de Polícia, onde correram as investigações. Em nota divulgada nesta quarta-feira (17), o MP explicou quais foram os pontos que necessitam ser melhor elucidados, no prazo de 45 dias, para só depois o inquérito ser remetido à Justiça.

“Assim, deverão, neste período, ser colhidos depoimentos de Lucia Helena Pereira Damasceno de Lima, gerente da 5ª Gerência de Licenciamento e Fiscalização da Prefeitura do Rio, em razão da informação de que os dirigentes do Flamengo não cumpriram o auto de interdição do local; e de Fernando Anmibolete, presidente da ASPROCITEC (Associação dos Profissionais de Ciência e Tecnologia), instituição que afirma que a NHJ, empresa que construiu os contêineres que abrigavam os atletas, e pegaram fogo, não estava regularizada junto ao Conselho Regional de Engenharia”, citou o MP.

Além disso, também foi requerido que seja feita consulta ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli para esclarecer se o mobiliário do alojamento incendiado colaborou para a propagação das chamas, agravando a situação no local, bem como a elaboração de autos de exame de corpo de delito indiretos, com base em informações dos boletins de atendimento médicos das vítimas sobreviventes.

Incêndio

incêndio no Ninho do Urubu aconteceu na madrugada de 8 de fevereiro, matando 10 atletas da categoria de base e deixando outros três deles feridos. As investigações apontaram um curto-circuito no sistema de ar-condicionado como causador das chamas. O fogo consumiu rapidamente o alojamento, que funcionava dentro de contêineres, com grades nas janelas e uma única porta de saída, o que contribuiu para a morte dos jovens.

A Polícia Civil foi procurada pela reportagem da Agência Brasil, mas ainda não se posicionou sobre a determinação do MP.

Edição: Liliane Farias e por Vladimir Platonow –