Com AEN
O boletim semanal epidemiológico divulgado nesta terça-feira (10) pela Secretaria da Saúde do Paraná registra 2.631 casos confirmados de dengue no Estado, 762 a mais que na semana anterior. A Secretaria da Saúde informa que o aumento de 40,77% se deve, principalmente, ao acúmulo de dados de duas semanas por problemas no sistema de informação de algumas Regionais de Saúde.
“É um número preocupante, muitas cidades vivem epidemia de dengue e só com a participação da população vamos reduzir estes casos”, diz o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. Ele destaca que o Governo do Estado faz uma grande campanha de orientação e prevenção, além de atividades como palestras informativas e ações de campo em busca de criadouros em todos os municípios.
“Dengue é uma preocupação latente, crônica. Temos que nos unir. O problema não é do vizinho do lado, ou da frente ou do dono do terreno baldio. O problema é de todos nós. Somente os agentes de combate às enemias distribuídos nos 399 municípios do Estado não conseguem fazer o trabalho de eliminação do criadouros do mosquito Aedes aegypti”, alerta o secretário.
“É preciso eliminar todos os criadouros do mosquito identificados no quintal de casa, no nosso vizinho, no terreno vazio, dentro da repartição pública, da escola, comércio, restaurante. O mosquito não escolhe uma localização específica. Está onde haja pouco acúmulo de água e ele possa fazer a deposição dos ovos”, reforça.
MORTE – A Secretaria da Saúde aguarda para a publicação em boletim a confirmação do segundo caso de morte por dengue no município de Nova Cantu, na região Centro-Oeste.
Uma força tarefa com profissionais da Vigilância da Secretaria da Saúde de Nova Cantu e de municípios vizinhos realiza busca ativa de criadouros. A cidade, com cerca de 7 mil habitantes, tem 283 casos confirmados de dengue. A operação reforça a orientação sobre a limpeza de casa em casa para a eliminação dos focos. Muitos criadouros estão sendo encontrados em fossas e poços desativados, locais que acumulam água parada e, consequentemente, se transformam em grandes criadouros de mosquito.
“No último fim de semana estivemos em Nova Cantu, onde a situação de epidemia é grave, e nos reunimos com o prefeito José Carlos Gomes e servidores, para planejar ações concentradas em forma de mutirão e de conscientização sobre a prevenção em toda a cidade. Ressaltamos que o problema só será resolvido com o envolvimento de todos os moradores removendo os criadouros do mosquito da dengue”, disse Beto Preto.
A Secretaria da Saúde destaca em Nota Técnica( 07/CVIA/DAV) que a utilização de produtos químicos para eliminação do mosquito não é recomendada pelo Ministério da Saúde. O vetor apresenta resistência aos produtos que vinham sendo utilizados e a aplicação fora da recomendação pode provocar danos saúde humana, animal e ao meio ambiente.
DADOS – O boletim semanal destaca que 10 municípios estão em situação de epidemia – dois a mais que no informativo anterior. São eles: Nova Cantu, Quinta do Sol, Inajá, Santa Isabel do Ivaí, Ângulo, Colorado, Floraí, Uniflor, Doutor Camargo e Florestópolis.
A lista de municípios em situação de alerta também aumentou: eram 10 e agora são 14: Lindoeste, Juranda, Douradina, Cianorte, Indianópolis, São Carlos do Ivaí, Flórida, Munhoz de Mello, Leópolis, Uraí, Jesuítas, Diamante do Norte, Paranacity e Sertaneja.
Dois municípios apresentam casos de Dengue Grave, a forma mais complicada da doença, e que normalmente atinge pessoas portadoras de outras comorbidades. São: Nova Cantu, com dois casos, e Foz do Iguaçu, com outros dois casos.
Além disso, outros 13 municípios apresentam 37 casos de Dengue com Sinais de Alerta, indicando que podem evoluir para casos de maior gravidade. Estão nesta lista os municípios de Foz do Iguaçu, Medianeira, São Miguel do Iguaçu, Cascavel, Nova Cantu, Quinta do Sol, Douradina, Santa Isabel do Ivaí, Floraí, Florestópolis, Guaraci, Ibiporã e Londrina.
NOTIFICAÇÕES – O boletim semanal registra 14.608 notificações para a dengue no Paraná. O monitoramento de dados compreende o período de 28 de julho a 06 de dezembro de 2019.
“A campanha veiculada neste momento em todo Paraná, por meio dos veículos de comunicação, redes sociais e distribuição de panfletos, reforça que dengue mata e que é preciso uma mudança de atitude. Quase 73% dos criadouros estão nos domicílios, em recipientes e locais que juntam água; temos que acabar com todos estes focos para evitarmos que mais pessoas fiquem doentes e venham a morrer por causa da dengue”, salienta Beto Preto.
AÇÕES PELO ESTADO – Em todo o Paraná estão acontecendo atividades de orientação e combate à dengue, envolvendo as Regionais de Saúde e as secretarias municipais. Piraquara, realizou ações de orientações junto ao comércio e escolas e envolveu os grupos de capoeira, de percussão e a fanfarra da cidade para chamar a atenção dos moradores.
Bocaiúva do Sul usou o slogan “Um mosquito não é mais forte que um município inteiro” e levou a campanha de combate ao mosquito para as escolas, APAE e comércio; Floraí usou o tema “ Mãos e ação – unidos contra a dengue” para realizar as atividades de combate.
As cidades de Vera Cruz do Oeste, Céu Azul, Nova Aurora, Ibema, Boa Vista da Aparecida, Braganey, Espigão Alto do Iguaçu, Anahy, Formosa do Oeste, Capitão Leônidas Marques, Jesuítas, Iracema do Oeste, Cafelândia, Cascavel, Nova Floresta, Marialva, Munhoz de Mello, Flórida, Carambeí , Almirante Tamandaré, Lapa, Tijucas do Sul e Cerro Azul também promoveram várias ações de orientação, envolvendo arrastão de limpeza, distribuição de panfletos, abordagem de pedestres nas ruas e rodoviárias e palestras.
GRANDE ACRÉSCIMO – O secretário Beto Preto ressalta que o Paraná teve um recuo epidemiológico em dois ou três anos. Um estudo sobre a dengue nos últimos dez anos no Estado, mostrou momentos de maior e menor incidência. “Em 2018 para 2019 já começou a subir e agora, de 2019 para 2020, haverá um grande acréscimo. De agosto a setembro de 2018, foram 108 casos no Paraná. No mesmo período deste ano, já chegam a 1,8 mil casos”, destaca Beto Preto.
“É preciso levar esse assunto para dentro dos clubes de mães, das organizações da sociedade civil, escolas, nas igrejas. A dengue no Paraná pode ter uma curva mais alta neste ano, por isso é preciso a colaboração de todos”.
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