Programa de macrodrenagem da Prefeitura diminui efeito das chuvas em Curitiba

Com SMCS

Locais que costumavam a alagar, como nos bairros Xaxim, Alto Boqueirão, Pinheirinho, Sítio Cercado, Bairro Novo e Ganchinho ficaram melhor protegidos com as obras de macrodrenagem executadas na cidade

A forte chuva desta quarta-feira (5/1), com índices pluviométricos acima de 80 milímetros em menos de 24 horas, é um bom exemplo da importância das obras de macrodrenagem da capital, que fazem parte do programa Curitiba Contra as Cheias

Basicamente, as obras e a manutenção do sistema permitem que o fluxo de água flua melhor em toda a rede, até chegar nos grandes rios da bacia hidrográfica da capital, que têm capacidade para receber o aumento do volume causado pelas trombas de água.

Dessa forma, diminui a incidência de alagamentos em áreas urbanas. Nesta quinta-feira (6/1), pontos onde tradicionalmente ocorriam cheias, não registraram o problema.

“Claro que uma cidade do porte de Curitiba, com bastante área impermeabilizada, vai sempre registrar problemas pontuais quando há chuva forte num curto período de tempo”, explica Augusto Meyer Neto, diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop).

“O importante é ter um programa robusto e desenvolvimento de maneira permanente na cidade, como temos feito nos últimos anos. Os resultados aparecem. Estamos percebendo que as obras de macrodrenagem auxiliaram no escoamento das águas pluviais, minimizando os pontos de alagamentos históricos.”

Bairros

Equipes da Smop vistoriam locais que costumavam alagar durante eventos climáticos da magnitude registrada na quarta-feira (5/1).

A constatação é a de que as obras de macrodrenagem já realizadas e que estão em andamento – feitas ao longo das principais bacias hidrográficas da cidade – estão melhorando a capacidade de a rede suportar grande precipitação.

Locais que costumavam a alagar, como nos bairros Xaxim, Alto Boqueirão, Pinheirinho, Sítio Cercado, Bairro Novo e Ganchinho ficaram mais bem protegidos com a obra de macrodrenagem na Bacia do Ribeirão dos Padilhas.

A intervenção, finalizada em abril do ano passado, inclui ações de perfilamento, desassoreamento, recomposição da mata ciliar e implantação de quatros bacias de detenção que se mostraram eficientes no controle da capacidade de vazão do rio, diminuindo seu potencial destrutivo em uma chuva forte como a da quarta-feira (5/1).

Um dos pontos onde a obra aconteceu foi na altura do cruzamento das ruas Desembargador Carlos Pinheiro Guimarães e Coronel Joaquim Antônio de Azevedo, no Sítio Cercado, e nas imediações da esquina das ruas Guaçuí e Antonio José Bonato, no Ganchinho. As ações de perfilamento se estenderam por mais de seis quilômetros, com início na região da Rua João Batista Zagonel Passos e seguindo até o Rio Iguaçu, no Contorno Leste.

As quatro bacias de detenção foram implantadas em áreas públicas próximas do Córrego Jardim Esmeralda, do Arroio Cercado, do Arroio Boa Vista e do próprio Ribeirão dos Padilhas. As estruturas estão funcionando como reservatórios para reter água, que se avolumam em dias de muita chuva, evitando transbordamento e consequentes alagamentos. Juntas, as quatro estruturas de contenção têm a capacidade de acumular 31.600 metros cúbicos de água.

Na prática

Neira Carmem Araújo da Silva, diretora do Centro de Educação Infantil (CEI) Dona Nenê, na Rua Dante Honório, no Xaxim, onde são atendidas 80 crianças de zero a 5 anos, dá um exemplo do resultado da obra executada na Bacia do Ribeirão dos Padilhas. A creche era constantemente atingida pelas chuvas e os alagamentos frequentes acabavam interditando o local, ocasionando a interrupção do atendimento às crianças.

“Depois das obras nunca mais tivemos alagamentos e nem enchentes na região. Foi uma obra muito esperada e que pós fim aos nossos problemas de mais de três décadas. Ficamos felizes porque as chuvas dos últimos dias não causaram problemas”, conta Neira.

Prevenção

Além das grandes obras, o diretor Augusto Meyer Neto ressalta a importância também do trabalho de prevenção, com intervenções de menor porte realizadas diariamente.

Elas atendem os 75 bairros das dez regionais da cidade, para minimizar o impacto das fortes chuvas e garantir segurança e qualidade de vida à população.

Somente no ano passado, foram executadas seis grandes obras de macrodrenagem na cidade e outras sete intervenções estão em andamento, a partir do programa Curitiba Contra Cheias.

Outra importante forma de prevenir os alagamentos depende do comportamento da população, destinando corretamente o lixo e materiais que podem ser reciclados. Quando o lixo, resto de materiais de construção, móveis e outros entulhos são jogados nos rios, ou descartados em calçadas e locais inadequados, acabam indo para as galerias de captação das águas das chuvas, nos rios, gerando obstruções e potencializando as situações de alagamentos.

Descarte irregular de materiais pode ser denunciado pelo 156.